Quem me indicou Galveston foi um amigo que também adorou a primeira temporada de True Detective na HBO. Dito isso, vale a pena citar que o livro foi escrito por Nic Pizzolatto, criador e roteirista da série.
Em Galveston você encontra mais ou menos o mesmo tom de True Detective: uma história melancólica, personagens sem esperanças e diálogos filosóficos que te fazem pensar sobre o bem e o mal de uma forma bastante crua. A sensação que se tem é de embarcar numa viagem rumo ao inevitável ao lado do personagem principal, Roy.
Roy é um assassino profissional que descobre um câncer terminal e de uma hora pra outra vê sua vida se entrelaçar com a da jovem e problemática Rocky, uma prostituta de 18 anos de idade. Ambos tiveram uma vida difícil e o autor dá um tom extremamente humano pros seus personagens, de modo que você pode até não concordar com suas decisões, mas sente com eles todas as dores e arrependimentos dos caminhos que foram obrigados a seguir, porque a vida é assim mesmo.
Na trama, a dupla faz um longa viagem rumo à pequena cidade de Galveston, rodando por paisagens bucólicas do interior dos Estados Unidos enquanto tentam fugir de um chefão do crime. É um suspense bem peculiar com andamento cadenciado, e o mais interessante é que você não fica torcendo ou esperando a resolução da história. Roy não tem a menor ideia do que vai fazer ou do que o espera quando chegar em Galveston, ele só vai e nos leva de carona no banco de trás do seu carro.
O grande destaque do livro pra mim é a capacidade do autor de nos fazer sentir dentro das paisagens, acompanhando o céu mudar de cor, sentindo o cheiro do mar… Além disso, histórias onde os personagens não têm a mínima perspectiva de um final feliz sempre me chamam atenção. Um romance policial diferente de tudo o que você já viu.
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