Meu interesse por A Mão Esquerda da Escuridão surgiu quando reparei que a obra estava presente em diversas listas de melhores livros de ficção científica, que rapidamente se tornou meu gênero literário favorito. Pesquisando sobre o livro, minha curiosidade foi lá em cima por se tratar de uma história escrita por uma mulher. Meus amigos, que experiência!
Dentre os pontos positivos não posso deixar de citar que Ursula Le Guin usa o pano de fundo da ficção científica pra falar de temas extremamente humanos; além de política, sociologia, e até uma profunda discussão sobre a questão de gênero. Tudo é muito poético e filosófico, eu saí transformado dessa leitura.
Estudo sociológico
A narrativa é complexa e intensa. O antropólogo Genly é enviado ao gélido planeta Gethen, e sua missão é convencer seus governantes a juntar-se à comunidade intergaláctica, uma espécie de “Nações Unidas do Espaço”.
Ao chegar neste planeta, ele se depara com uma sociedade com muitas peculiaridades. Pra começar, os habitantes não possuem sexo definido, logo, não existe nenhuma forma de discriminação de gênero. Genly precisa repensar seus próprios conceitos sobre homens e mulheres. A descrição e detalhes do ciclo sexual desses “humanos sem sexo” é muito curiosa.
Prefiro evitar spoilers, mas tenha em mente que toda a construção deste universo completamente diferente do nosso é fantástica (como a Terra Média do Tolkien). Ursula Le Guin tem total domínio sobre sua linguagem, inserindo pequenos detalhes desse mundo estranho ao longo da trama, e filosofando sobre como se desenvolveria uma sociedade baseada em seres tão únicos. É de explodir o cérebro!
Toda jornada do protagonista é uma imensa aventura pelo planeta gelado, ora lidando com políticos e seus próprios interesses (sempre eles), ora conhecendo grupos religiosos, e sempre tentando se adaptar à essa sociedade peculiar.
É sim um clássico do gênero, já estou de olho em outras obras dessa autora genial!
A Mão Esquerda da Escuridão
As únicas perguntas que realmente importam são as que você faz a si mesmo.
Ursula Le Guin
1 comentário
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