Livro: Admirável Mundo Novo | Aldous Huxley
Com a leitura de “Admirável Mundo Novo” enfim fechei a tríade dos livros distópicos queridinhos do público. E não é pra menos que ao lado de “1984” e “Fahrenheit 451”, a obra de Aldous Huxley seja reverenciada até os dias atuais, inclusive servindo como inspiração na música e no cinema. Aliás, com Admirável Mundo Novo eu posso acrescentar mais uma leitura no meu projeto de ler livros que inspiraram músicas do Iron Maiden.
A sociedade imaginada por Huxley tem como base o lema “Comunidade, Identidade e Estabilidade”. Entretanto, a tecnologia avançou a um ponto em que as pessoas deixaram de ser concebidas de forma natural e agora são produzidas em massa em laboratórios, como numa linha de produção. Curiosamente, este livro conversa muito com o texto da última resenha, já que aborda a sociedade de massas e a indústria cultural tão criticada por Theodor Adorno.
Na trama de Admirável Mundo Novo a massa é muito mais importante que o indivíduo. Huxley tenta imaginar uma sociedade onde a felicidade finalmente é alcançada, mas claro que isso vem com um custo: neste caso é que cada ser humano abra mão do seu livre arbítrio. Moleza né?
Estamos falando de um futuro onde o conceito de pai e mãe não existe mais, relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são considerados anormais. A promiscuidade moral é praticamente obrigatória, a monogamia é desencorajada, e se você acha que já está estranho demais saiba que ainda existe uma droga (chamada Soma, aquela mesma da música do Strokes) distribuída universalmente para deixar todo mundo mais “relax”. Mas o ponto principal pra mim é que a privacidade e o pensamento criativo neste futuro distópico constituem um crime.
Minha experiência de leitura não foi muito boa, achei o começo da história muito descritiva e cansativa. Mas a coisa melhora nos dois terços finais conforme a trama finalmente começa a avançar. Prefiro não dar mais informações para deixar que você se surpreenda com cada detalhe e nuance da história, principalmente a forma como a sociedade é organizada em castas. Surreal!