Do que sobrevivem os deuses? De seguidores e devoção. Seguindo essa premissa, em Deuses Americanos Neil Gaiman nos apresenta os “novos deuses”. Quem são eles? A mídia, a internet, o dinheiro… Nós somos devotos a eles? É óbvio que sim!
Parece confuso, eu sei, mas não é só isso, estas novas divindades estão em guerra com os tradicionais e outrora poderosos deuses antigos. Isso é só a ponta do iceberg dessa obra maravilhosa.
Encontramos em Deuses Americanos uma bela história sobre a renovação dos costumes religiosos nos EUA, escrita com maestria por Neil Gaiman, que por ser britânico tem uma visão um pouco diferente da que os americanos têm de si mesmos. O peculiar humor inglês reina absoluto por aqui.
Ousado
Deuses Americanos é um livro estranho, admito. Mas que não tem medo de ousar e contar uma história nada tradicional, que incorpora também mitologias de países europeus, africanos, e asiáticos. Nessa colcha de retalhos de referências religiosas, Gaiman nos entrega um protagonista verossímil e que funciona como fio condutor da trama, mas está tão perdido quanto nós quanto às motivações dessa batalha maluca.
Cada detalhe da narrativa é importante, a história é bem amarrada e se desenvolve com um ritmo gostoso e com muitas reviravoltas. Por isso, prefiro não estragar a sua experiência contando alguns detalhes que são melhor aproveitados durante a leitura.
Foi o primeiro livro do Neil Gaiman que li, e já estou ansioso pelos próximos. A mistura entre realismo e ficção fantástica me pegou de jeito. Assisti a série da Amazon Prime baseada na obra, e por mais que seja bem feita, é impossível replicá-la com todas as nuances do livro. Sensacional.
Deuses Americanos (Neil Gaiman)
A única coisa que me assusta é ser esquecido. Eu posso sobreviver à maioria das coisas, mas não a isso.
Neil Gaiman