É possível viver em uma sociedade que por opção própria decide abolir a leitura e a escrita? O romance de Ray Bradbury é uma das histórias mais famosas da literatura, e também uma das mais assustadoras.
Publicado nos anos 50, Fahrenheit 451 retrata um futuro distópico onde as pessoas escolhem abrir mão do conhecimento das gerações anteriores; bombeiros queimam livros e um governo totalitário controla a sociedade. É uma mensagem contra a alienação.
Distopia?
Ray Bradbury nos avisou lá atrás que os dias atuais seriam uma bagunça. O pior é que ele estava certo: preciso falar sobre a crescente onda de negação à ciência que se instalou no mundo e principalmente no Brasil?
Apesar da ideia genial e do desfecho que me agradou bastante, minha experiência pessoal com Fahrenheit 451 não foi das melhores. Principalmente porque nós somos jogados sem contexto algum no meio de uma história onde livros são queimados dentro das próprias casas das pessoas (que não pegam fogo), mas não entendemos como as coisas chegaram a este ponto. Tudo é muito confuso no começo e a trama não me prendeu, e a leitura empacou.
Montag, o personagem principal de Fahrenheit 451, é um dos bombeiros que nunca se questionou porque seu trabalho é justamente queimar livros. Aos poucos ele cria consciência de que vive numa realidade que beira a insanidade.
Muito tempo depois a história se torna mais clara e você passa a entender como surge este negacionismo da cultura e porque ler é um crime naquela sociedade. A partir daí o livro fica mais interessante.
A mensagem da história de forma geral é impressionante, questionadora, e traz diversas reflexões, afinal, a internet de certa forma mudou a dinâmica do consumo de informação, abrindo espaço pra fake news e muitas outras possibilidades alarmantes. Me parece que aos olhos de muitas pessoas, hoje em dia os livros de fato se tornaram obsoletos, e o conhecimento algo secundário.
É um livro que precisa ser lido e indicado para o maior número de pessoas possíveis.
Fahrenheit 451 | Ray Bradbury
“Temos tudo de que precisamos para sermos felizes, mas não somos felizes. Alguma coisa está faltando.“
Ray Bradbury
1 comentário
[…] dos livros distópicos queridinhos do público. E não é pra menos que ao lado de “1984” e “Fahrenheit 451”, a obra de Aldous Huxley seja reverenciada até os dias atuais, inclusive servindo como […]