YASMINA REZA
O Deus da Carnificina, lançado em 2007 pela escritora e roteirista francesa Yasmina Reza, não é um texto convencional. Aliás, a trama não chega a ser um romance nos moldes tradicionais, e sim um roteiro de uma peça teatral recheada de humor ácido, que desnuda as entranhas da dissimulação do ser humano. Gostoso né?
Toda a narrativa se desenvolve com base nos diálogos e interações de dois casais cujos filhos se envolveram numa briga no colégio. Essas quatro pessoas completamente diferentes entre si, estão ali pra resolver da melhor forma possível a desavença das crianças que culminou numa agressão entre os garotos. Inicialmente, a conversa parece transcorrer sem problemas e caminhar para uma resolução satisfatória para ambos os lados. Ledo engano!
Yasmina Reza constrói cada personagem com muita eficiência, entregando gradativamente ao leitor traços cada vez mais complexos da personalidade de cada personagem. A hipocrisia de cada um deles fala cada vez mais alto, as máscaras sociais vão se desfazendo a cada gesto, a cada frase dita, em cada reação.
O texto é muito bom, o livro é curto e com diversas doses de humor ácido, a eterna discussão sobre a guerra dos sexos, e um olhar bastante honesto e vívido sobre a essência de nós seres humanos. Deus da Carnificina é cômico, patético, trágico, excêntrico e mordaz. Me lembrou em alguns momentos aquelas situações e reações inesperadas do filme Relatos Selvagens.
Vale lembrar que O Deus da Carnificina ganhou também uma versão pro cinema nas mãos do renomado diretor Roman Polanski, que é uma versão bem similar ao roteiro e conta com um elenco de qualidade, com Kate Winslet, Christoph Waltz, Jodie Foster e John C. Reilly.
O Deus da Carnificina | Yasmina Reza
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