Logo no começo da pandemia escolhi sem querer um livro que fala sobre uma bactéria invisível. Em O Enigma de Andrômeda, um satélite em órbita cai próximo a uma pequena cidade do Arizona. Os habitantes resgatam o objeto sem ter ideia do iminente perigo e acidentalmente liberam um vírus altamente mortal, capaz de matar em poucos minutos. Apenas duas pessoas sobrevivem, mas por quê?
Rapidamente nos pegamos pensando em como a humanidade lidaria com uma espécie de vírus alienígena. Entretanto, não é possível traçar um paralelo entre a ficção de O Enigma de Andrômeda e a realidade que tivemos que enfrentar com o Covid-19. A história de Michael Crichton segue outro caminho.
Não emplaca
Apesar dessa tensão inicial, a trama foi perdendo fôlego e me deixando cada vez mais entediado. Com uma pegada diferente de histórias que falam sobre epidemias misteriosas, O Enigma de Andrômeda passa boa parte de suas páginas com cientistas enfiados em laboratórios e relatórios chatos e sem graça. Outro ponto importante é que as tecnologias descritas aqui ficaram um pouco datadas.
Descobri depois que o Autor foi médico, isso explica muitas passagens do livro com dissertações biológicas e descrições enfadonhas de laboratórios subterrâneos.
O livro simplesmente não funcionou comigo. O mistério e o esforço em prender o leitor se perdem em personagens difíceis de se conectar. É uma história promissora, mas rasa.
A trama não é ruim, consegui chegar ao fim tranquilamente, e até torci um pouco pelos protagonistas, mas perto de outras obras de ficção científica este livro me pareceu, digamos, insosso.