“Tem algo muito esquisito acontecendo nesta história”. Essa sensação de estranhamento me acompanhou durante toda a leitura de O Estrangeiro, clássico de Albert Camus. Escritor, romancista, dramaturgo e filósofo nascido na Argélia, que na época era uma colônia francesa.
Camus viveu grande parte da sua vida na França e é considerado um dos representantes máximos do existencialismo. Ele também é vencedor do Prêmio Nobel de Literatura.
Mas o que seria este existencialismo tão presente nas obras de Albert Camus? Fui entendendo aos poucos as idéias inquietantes do autor. O narrador-protagonista Mersault é um personagem completamente apático, que deixa claro que pra ele tanto faz como as situações ou problemas da vida se apresentam, ele simplesmente não se abala.
O título provavelmente tem muito a ver com esse distanciamento do personagem, que se coloca muitas vezes de lado, ou como um estranho perante seus pares. Ele não se importa quando sua mãe morre, tem um senso de moral e justiça que choca o leitor. Sua falta de ação choca.
O romance é dividido em duas partes, primeiramente somos apresentados à personalidade fria do protagonista. A trama de certa forma retrata que a vida é absurda, que a nossa existência não tem necessariamente um significado. Mersault não luta contra isso, pelo contrário: ele aceita o absurdo, já que não adianta se revoltar.
Na segunda metade da história o narrador comete um assassinato de uma forma um tanto estranha e sem sentido (pra variar!). Inabalável, ele é preso e uma vez privado da sua liberdade não faz nada para reavê-la. Não demonstra arrependimento ou mesmo consciência do seu crime. Para ele tanto faz!
Toda essa situação incoerente traz diversas reflexões sobre quem somos e o que esperamos da vida. A narrativa é inquietante e ambígua. Tenho certeza que você não termina a leitura deste livro sem se fazer diversos questionamentos sobre a sua própria existência. Você já leu O Estrangeiro? Gostou? Como foi sua experiência?
1 comentário
[…] Veja Também: O Estrangeiro […]