O Mito de Sísifo conta a história de um personagem da mitologia grega considerado o mais inteligente dos mortais. Entretanto, depois de enganar e desafiar os deuses, Sísifo recebe um castigo pior que a morte; realizar um trabalho exaustivo e sem propósito por toda a eternidade. Ele precisa rolar uma enorme pedra montanha acima, quando ele chega ao topo da montanha a pedra rola morro abaixo e ele precisa refazer o trabalho, todos os dias.
O escritor e filósofo francês Albert Camus aproveitou o potencial simbólico dessa mitologia pra escrever este ensaio que trata entre outras questões sobre nosso propósito de vida, a inadequação do ser humano, a futilidade e o absurdo da vida. Eu li “O Estrangeiro” alguns meses atrás e sinto que os livros se completam.
Desde os tempos mais remotos até os dias de hoje o ser humano continua se perguntando, “porque fazemos o que fazemos?” e “qual o sentido da nossa existência?” Camus convida o leitor a refletir sobre a falta de propósito; ele explica sua teoria sobre o absurdo utilizando exemplos e citando referência de escritores como Nietzsche, Dostoievski e Franz Kakfa.
Para Camus a vida seria melhor vivida se não tivesse sentido, e propõe que abracemos o absurdo ao invés de negá-lo. O autor compara o mito de Sísifo à nossa rotina, já que muitas vezes nos esforçamos com atividades que não nos levam a lugar algum. É sobre essa inutilidade e gratuidade da vida que o filósofo discorre seu ensaio.
Não acho que o livro tenha uma grande lição ou que possa ser visto sob apenas um ponto de vista. Cada um pode tirar alguns aprendizados com a leitura, e no mínimo olhar para si mesmo sob uma perspectiva diferente, concordando ou não com Camus.
Aqui o absurdo não é mostrado como uma saída a um mundo sem sentido, mas como uma ideia que pode libertar a sua mente e te ajudar a encontrar seu próprio sentido pra loucura que é viver.