O francês Victor Hugo é conhecido por livros clássicos como “O Corcunda de Notre Dame” e “Os Miseráveis”, mas eu preferi não encarar um dos calhamaços do autor logo de cara, então escolhi para começar a conhecer sua obra o curtinho “O Último Dia de um Condenado”. Com pouco mais de 164 páginas de dedo na ferida.
Antes de contar minhas impressões sobre O último Dia de um Condenado, vale a pena relembrar que além de escritor, Victor Hugo foi poeta, dramaturgo e ativista pelos direitos humanos. Portanto, nota-se uma constante preocupação do que vou chamar de uma “tentativa de entender a alma humana”.
Qual o sentido da existência?
Como o título já entrega, O Último Dia de um Condenado conta a história de um homem sem nome que relata seus últimos dias de existência. Narrado em capítulos curtos, confrontamos as reflexões do condenado e junto com ele somos levados aos mais diferentes questionamentos. Ele pensa em fugir, em tirar a própria vida, pensa na família e força o leitor a raciocinar sobre a morte e seus desdobramentos. Inevitavelmente me vinha à mente o seguinte questionamento: “Qual é o sentido da nossa existência mesmo?”.
O livro descreve muito bem os tormentos e angústias do protagonista, que no começo da trama ainda se vê distante da ideia de morrer, mas conforme a história avança vai tomando consciência da sua inevitável condição de condenado.
Victor Hugo faz duras críticas não apenas sobre a pena de morte (prática comum à época em que o livro foi escrito), mas também sobre o direito de se tirar a vida de outrém.
Gostei bastante do livro, e acho que são dessas leituras pesadas que aprendemos a ver o mundo com outros olhos.
Essa minha edição é parte do box de Literatura Clássica.