Antes de compartilhar minhas opiniões sobre Sidarta do escritor alemão Hermann Hesse, quero situar o leitor confessando que não sou uma pessoa espiritualizada, que tenho opiniões impopulares sobre religião, e praticamente nenhum conhecimento sobre budismo e religiões orientais. Esta leitura foi uma das minhas experiências com temas fora da minha zona de conforto e que me surpreendeu de forma positiva.
O Sidarta de Hermann Hesse é inspirado na história de ninguém menos do que Buda, cujo verdadeiro nome foi Sidarta Gautama. Na trama, acompanhamos a jornada de Sidarta e também de seu amigo Govinda, que deixam pra trás uma vida de conforto, família, amigos e saem em busca do real sentido da sua existência.
O protagonista é questionador por natureza, está sempre buscando justificativas e tem uma personalidade complexa. Ele não é vilão nem herói, algumas vezes mostra uma certa arrogância, toma decisões questionáveis, mas é muito inteligente. Sidarta experimenta as mais variadas formas de viver e aprende a enxergar o mundo sob diferentes perspectivas, ele inclusive tem um breve encontro com o próprio Buda. Mas o jovem tem dificuldade em encontrar o que procura.
Enquanto a história se desenvolve o leitor se pega refletindo sobre as escolhas do protagonista, que é um homem comum com qualidades e defeitos, que se perde e se encontra algumas vezes durante sua vida, assim como nós, não é mesmo?
É uma leitura fluida, uma história muito bem escrita e que não traz nenhuma resposta, apesar de abrir espaço pra diversas perguntas. Hermann Hesse não tenta doutrinar o leitor. De uma forma muito sutil ele faz com que você repense seus valores, suas expectativas e a forma como você quer aproveitar o seu limitado tempo de existência neste mundo.
Um romance leve, poético, e que consegue passar uma mensagem muito bonita. É daqueles livros que vale a pena revisitar de tempos em tempos. Afinal, o que importa é o caminho e não a chegada. Sidarta tem um dos finais mais impactantes que eu já vi!
1 comentário
[…] impressões sobre Hermann Hesse. Neste segundo contato com o autor, depois de ler o incrível “Sidarta”, apreciei ainda mais a forma fluida da escrita de Hermann Hesse, devorei o livro em dois […]