Henry David Thoreau
Em 1846, o americano Henry David Thoreau se recusou a pagar um dólar e alguns centavos do seu imposto e foi pra cadeia por 24 horas. O motivo da recusa se deu porque Thoreau entendia que boa parte do valor arrecadado seria utilizado pelo governo em duas causas que ele abominava: a guerra dos Estados Unidos contra os mexicanos e manutenção da escravidão no país. Para ele, era inaceitável que um cidadão fosse obrigado a abandonar suas convicções pessoais para financiar os interesses do governo.
“Em um governo que aprisiona qualquer um injustamente, o verdadeiro lugar de um homem justo também é na prisão”
Após o protesto que culminou em sua prisão, Thoreau começou a escrever “A Desobediência Civil”, (que não fez muito sucesso na época, mas décadas depois influenciou nomes como Ghandi e Martin Luther King). Para justificar seu protesto, ele afirma que se há algo com que não concordamos, apenas discordar não basta, é preciso achar um meio e agir. Desobedecer é, para além de não realizar algo que não se quer, desobedecer, em essência para Thoreau, é se negar a realizar atos que ferem a consciência de si.
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Thoreau parece bastante radical e individualista em alguns trechos, entretanto, mesmo com um discurso inflamado não incita violência em momento algum, pelo contrário, convida o leitor a refletir sobre os limites da sua própria liberdade. O texto coloca em foco a mediocridade do indivíduo quando este assume uma posição inerte diante da balbúrdia moral que assola os seres humanos. O debate sobre obediência cega, e o desinteresse da maioria das pessoas pelo bem coletivo são extremamente válidos e pertinentes até os dias atuais.
O livro traz reflexões sobre nosso papel como cidadãos, questiona a atuação do Estado, e fala sobre como nos comportamos frente às injustiças que presenciamos.
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