Adeus às Armas é considerado por muitos o melhor romance norte americano sobre a primeira guerra mundial. Escrito em 1928 por Ernest Hemingway em tom quase autobiográfico, foi traduzido por Monteiro Lobato e me prendeu do começo ao fim. Meu segundo livro do autor, depois de O Velho e Mar.
O texto é uma aula de diálogos bem construídos e apresenta de forma nua e crua os horrores nos campos de batalha italianos. A escrita do autor é direta e sem palavras rebuscadas.
Acompanhamos a vida do tenente americano Frederic Henry, que trabalha no front italiano dirigindo ambulâncias durante a guerra. O próprio Hemingway esteve na guerra e com autoridade nos mostra a desgastante rotina dos soldados. Sua narrativa traz aquela sensação de imersão: encaramos o medo e os desafios de Henry em meio à insanidade que é conviver com jovens matando uns aos outros por conta de disputas políticas que na maioria das vezes nem lhe dizem respeito. Nos deparamos também com a impotência dos soldados diante de seus superiores, e a perseguição aos desertores.
Percebe-se através da evolução da trama que o idealismo do protagonista se perde (como o nome da obra sugere), ele se vê cansado de travar batalhas e ver seus amigos morrendo. Quando Henry conhece a enfermeira inglesa Catherine o tenente começa uma nova luta, desta vez para fugir da guerra com a sua amada.
Uma dramática história de amor que se passa em meio ao horror, e também um relato sangrento da primeira guerra mundial. O desfecho é surpreendente e intenso.
Mais um autor que pretendo revisitar de tempos em tempos.