Antes de encarar Cem Anos de Solidão, clássico absoluto do escritor e jornalista colombiano Gabriel García Márquez, escolhi dois de seus livros mais curtos pra conhecer seu estilo antes de cair de cabeça num calhamaço de quase 500 páginas. Decidi começar com essa belezinha chamada Crônica de Uma Morte Anunciada.
Com um enredo muito bem estruturado, narrativa cativante e fácil de acompanhar, o autor entrega nas primeiras linhas da obra o que o título já prometia: “No dia em que o matariam, Santiago Nasar levantou-se às 5h30m da manhã para esperar o navio em que chegava o bispo”. Toda a comunidade sabe do crime que está prestes a acontecer, o motivo: vingança, mas nada nem ninguém consegue evitar a tragédia.
Inevitável
Com um texto num estilo jornalístico e tentando montar um quebra cabeça com as informações obtidas através de depoimentos, o livro nos apresenta os fatos que culminam na morte do de Santiago Nasar, assassinado pelos irmãos Vicario sem chance de defesa. Pra reconstruir os eventos, o narrador entrevista personagens e familiares de Santiago e de seus assassinos.
García Márquez avança e retrocede no tempo, nos dá diferentes perspectivas e pontos de vista dos envolvidos com o “evento” que abalou o vilarejo. O clima de mistério permeia toda a obra, e um certo tom melancólico cresce no leitor, quando nos damos conta que a morte de Santiago poderia ser evitada, mas por uma série de coincidências nefastas e diversos fatores que se sucedem, todos que de alguma forma sabiam do iminente ataque ao jovem não conseguem avisá-lo a tempo.
Um livro muito interessante sobre a brevidade da vida, fatalidade, destino, e o absurdo da existência humana.
1 comentário
[…] ao Coronel é o terceiro livro do incrível Gabriel Garcia Marquez que pego pra ler, depois de “Crônica de uma Morte Anunciada” e “Cem Anos de Solidão”. Minha admiração pelo seu trabalho cresce a cada nova leitura, […]