Imagine uma realidade onde os robôs estão plenamente incorporados ao nosso dia-a-dia. Nem é tão difícil vislumbrar algo assim nos dias de hoje, né? Isaac Asimov visualizou nossa eminente realidade em meados de 1940, quando começou a escrever alguns contos que fazem parte de Eu, Robô.
O livro parte de uma entrevista com a psicóloga de robótica Susan Calvin, ela relata casos ao seu entrevistador que vão desde antes dela entrar na U. S. Robotics até seus últimos dias na empresa. São 9 contos narrados por Susan, que tem um papel crucial na história da robótica e de “inteligências artificiais”. Ela não aparece em todos os contos, mas é o fio condutor que une todas as histórias.
Aliás, o termo “robótica” foi criado e popularizado por Asimov neste livro, aqui o autor dá luz às 3 leis que segundo ele regeriam os robôs no futuro: 1) um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal; 2) os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei; e 3) um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores. São essas leis que guiam as ações de todos os robôs do livro, gerando diversos dilemas, dúvidas e paradoxos em suas mentes eletrônicas.
Em ordem cronológica, os contos nos mostram a evolução da robótica numa linguagem muito simples e de fácil compreensão. Em certo momento conhecemos Cuttie, um robô tão inteligente a ponto de questionar a sua própria existência. Este foi o momento em que o livro me pegou de forma definitiva. De forma genial o autor explora temas como o medo dos humanos com relação à inteligências artificiais, além de diversas questões morais e éticas.
Com um ritmo fácil de leitura, Eu Robô é bem divertido e instigante. Uma das minhas melhores leituras feitas em 2021. Ah, as leis da robótica estão entre os poucos elementos aproveitados naquele filme fraquinho estrelado por Will Smith em 2004. O livro é muito superior ao filme.
1 comentário
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