Stephen King é um dos responsáveis pela minha formação como leitor. Alguns de seus livros como “A Incendiária”, “O Cemitério”, “Zona Morta”, “Louca Obsessão” e “A Espera de um Milagre” foram parte da minha adolescência e me fizeram gostar de ler e ter aquela sensação boa de embarcar num mundo novo e inexplorado, me fazendo esquecer da realidade por algumas horas. Não sei se funciona com todo mundo, mas a forma de escrever de Stephen King sempre me prende às suas histórias em pouquíssimo tempo. Por isso, mais de 20 anos depois resolvi revisitar o autor e pegar algumas dicas com o ótimo “Sobre A Escrita”.
Ler este livro é mais ou menos como sentar numa mesa de bar e ouvir King contando sobre sua juventude e seus primeiros passos como escritor, o tom é leve e a leitura é muito agradável. Ele tem esse poder de soar muito próximo ao leitor.
“Sobre a Escrita”é dividido em três partes. Na primeira, que o autor chama de Currículo, King nos conta fatos de sua vida que possam ter influenciado sua carreira, desde a sua infância até a faculdade. São casos pessoais que mostram sua formação como escritor.
A segunda parte do livro é voltada pra técnica de criação, e tinha tudo pra deixar um leitor que não tem interesse em escrever bastante entediado. King abre sua caixa de ferramentas e mostra seus métodos de criação de personagens, construção de diálogos e dá dicas valiosas de uma forma tão honesta e simples que qualquer pessoa se vê completamente envolvida com o texto. Até quem nunca escreveu fica com vontade de pegar um caderno e por pra fora seus pensamentos.
A última parte é a mais pessoal. King conta sobre um acidente quase fatal que sofreu enquanto escrevia este livro. Ele foi atropelado e passou por maus bocados nos meses seguintes.
De forma geral Sobre a Escrita é bem divertido, e além das dicas pra aspirantes a escritores, mostra um lado do autor que geralmente não é visto por seus leitores. O mestre do terror fala com sinceridade sobre sua vida, seus problemas com drogas e também da ótima relação com sua esposa. Indicado a qualquer um goste de seus livros.
1 comentário
[…] já que eu não tinha nenhum apego emocional ou nostálgico como aconteceu quando li “Sobre a Escrita” de Stephen […]