Ganhei Romancista Como Vocação de presente de aniversário da Julia Branco como forma de incentivo a começar a escrever meus próprios textos. Dar o primeiro passo e jogar suas ideias pro mundo ainda parece bastante assustadore caótico, mas o livro me ajudou com diversas lições que um aprendiz a escritor precisa saber.
Tendo lido apenas o conto Sono de Haruki Murakami anteriormente, a experiência de receber dicas de um autor quase desconhecido pra mim foi muito interessante, já que eu não tinha nenhum apego emocional ou nostálgico como aconteceu quando li “Sobre a Escrita” de Stephen King.
Comecei a leitura sem muita expectativa e aos poucos me vi diante de um escritor carismático, gentil, humilde e bastante dedicado. Seu texto é enxuto e de uma simplicidade ímpar, mas nem por isso deixa de transmitir os pensamentos mais ousados do autor.
A primeira dica de Murakami logo no começo do livro foi talvez a mais importante, e me fez querer ler autores fora da minha zona de conforto e fora dos temas que me agradam, pelo simples exercício de aprender e perceber diferentes formas de se contar uma história.
Ele diz: “Em minha opinião, quem quer ser escritor precisa ler muito, antes de qualquer coisa. Peço desculpas pela resposta bastante trivial, mas acho que a leitura é o treinamento mais importante e indispensável para quem quer escrever”.
Romancista Como Vocação não é um manual de escrita, Murakami escreve livremente sobre temas diversos e que contam seu ponto de vista, compartilhando sua experiência como escritor mundialmente famoso.
Ele fala sobre as características dos romancistas, relação com o público, processo de criação, a relação com prêmios literários, e o mais interessante é que Murakami consegue despertar no leitor um senso de confiança e respeito pela literatura e por si mesmo, sempre valorizando que cada pessoa tem seu próprio estilo e que não existe fórmula mágica.
Já engatei em seguida outro livro do japonês que fala sobre o tema, o também ótimo “Do que eu falo quando falo de corrida”.