Adrian Tomine
Meu primeiro quadrinho lido no ano foi mais uma indicação do meu brother Bruno do Proibido Ler que sabendo da minha predileção por temas existenciais, jogou essa belezinha aqui na minha mão! “A Solidão de um quadrinho sem fim” é uma autobiografia do quadrinista Adrian Tomine, que narra de forma honesta sua trajetória na indústria de quadrinhos, contando pequenos “causos”, embaraços e perrengues que ele passou ao longo dos anos de trabalho. E olha que não foram poucas vezes que o rapaz passou por situações tragicômicas!
Chama atenção o olhar corajoso e leal que o autor dirige a si mesmo. A narrativa é melancólica e o leitor se depara com diversos momentos embaraçosos vividos por Adrian, mas que são contados com bom humor e deixam um sentimento agridoce no leitor.
Adrian narra sua história desde quando era criança, e passa por diversas fases de sua vida sem esconder do leitor seus medos e principalmente seus defeitos. Ele reflete sobre suas escolhas e as dificuldades que encontrou na profissão com muita sinceridade. Ilustrando até mesmo a dificuldade de lidar com as críticas sobre o seu trabalho, e também os momentos em que duvidou de si mesmo, sabe aquela famosa síndrome do impostor?
A gama de temas abordados é enorme, passa também pela hipocrisia da própria indústria de quadrinhos; pela responsabilidade de se tornar pai; por fãs malucos, e claro, solidão.
É um retrato da vida real de um quadrinista e desmistifica o glamour por trás da profissão, dando uma visão bastante pragmática sobre o que é ser um autor. Principalmente porque é muito fácil pegar um trabalho pronto quando não se sabe das dificuldades que o autor enfrentou pra entregar sua obra ao público.
Gostei bastante da experiência de leitura e fiquei curioso pra conferir mais trabalhos de Adrian Tomine.